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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Padre Miguel surpreende e briga pelo título com a Estácio

por Sérgio Soares
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Como já havíamos antecipado na última análise, o segundo dia de desfiles na Série A, disputado entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, mostrou qualidade bem superior ao de sexta-feira. E também consagrou escolas que tiveram a melhor preparação nos barracões e conseguiram
captar mais recursos para os desfiles. Como falamos na primeira análise, a Estácio de Sá e a surpreendente Unidos de Padre Miguel desfilaram praticamente sem erros, demonstrando grande comunicação com o público. E por isso, pulam na frente em busca da única vaga para o
acesso à chamada elite. 

O tradicional leão da Estácio de Sá esse ano veio com 64 micos na juba.
Vermelha e branca é forte candidata ao título

A briga promete ser ponto a ponto. Império Serrano, Caprichosos de Pilares e paraíso do Tuiuti, as melhores do primeiro dia, vem no segundo escalão, junto com Cubango e Renascer de Jacarepaguá e Inocentes de Belford Roxo. Pelos desfiles decepcionantes que mostraram, Em Cima da Hora e Unidos de Bangu, certamente darão adeus à Série A em 2016 e precisarão se reestruturar para pensar em voltar a crescer a partir do ano que vem.

A seguir, o jornalista Sérgio Soares análise cada escola que se apresentou no segundo dia de desfiles na Marquês de Sapucaí.

Alegria da Zona Sul - Sentiu a responsabilidade de abrir os desfiles, mesmo com um enredo leve, exaltando a figura do carioca, num contexto do aniversário de 450 anos do Rio, a escola teve dificuldades nos chamadas quesitos "de pista",como harmonia, evolução e conjunto. Deve ficar em posições intermediárias quando forem abertos os envelopes.

Acadêmicos de Santa Cruz - Escola que já foi da chamada elite, tenta se firmar em busca de dias melhores. E levou para o desfile um dos mais belos enredos da noite, sobre a vida e a carreira de Grande Otelo. Foram escolhidas cores fortes nas fantasias, carros e muito luxo na apresentação. Mesmo com garra e tendo o veterano Davi do Pandeiro no microfone principal, a escola não conseguiu grande empatia com o público e mostrou problemas em fantasias, alegorias e conjunto.
Inocentes de Belford Roxo - Outra justa homenagem no segundo dia de desfiles. A Inocentes, que esteve uma única vez no Grupo Especial, homenageou o compositor e artista plástico Nelson Sargento. Houve grande criatividade na exposição do tema. A segunda alegoria, por exemplo revelava a "batalha" do samba contra a ditadura. O homenageado veio na última alegoria. Desfile correto tecnicamente, mas sem a chamada "explosão" de quem quer conquistar o campeonato.

Unidos de Padre Miguel - A segunda metade do desfile começou a "esquentar" com a passagem de agremiações que através de investimento e organização, se credenciaram para disputar a o título. E A Unidos de Padre Miguel mostrou porque vem ganhando, a passos largos, espaços entre as grandes. Houve criatividade, inteligência, luxo e sobretudo, canto forte na apresentação do enredo "O cavaleiro armorial mandacariza o Carnaval". Fazer da arte o que se tem nas mãos, um dos lemas de Ariano Suassuna, foi o que a vermelha e branca levou para a avenida. As  dificuldades com a seca, a alegria do nordestino, e circo foram temas que se misturaram ao longo do desfile e arrancaram do público os primeiros gritos de campeã.

Império da Tijuca - Os imperianos foram para a avenida dispostos a mostrar que houve injustiça no retorno à Série A. A escola manteve a chamada espinha dorsal na apresentação do enredo sobre oxum, padroeira da escola. Com o intérprete Pixulé em noite inspiradíssima, a
agremiação mostrou as habituais qualidades - cores fortes, carros imponentes e a grande 'pegada" no canto. Apesar dos pequenos erros de organização, pode surpreender como uma espécie de 'azarão".

Renascer de Jacarepaguá - O outra que apostou em um grande nome do samba - Candeia - como enredo. A Portela, escola onde o compositor foi três vezes campeão do concurso de sambas-enredo, e a escola Quilombo, fundada pelo artista foram lembradas. Um dos pontos altos foi o belo samba dos 'craques' Moacyr Luz, Teresa Cristina e Claudio Russo. Desfilou com vontade, mas será difícil chegar na frente da Unidos de padre Miguel e Estácio.

Acadêmicos do Cubango - Desfilando no Rio desde 1986, a Cubango apostou mais uma vez em um enredo afro para apresentar seu desfile. E o desenvolvimento da raça negra em Niterói, que desaguou também na fundação da escola, foram mostrados. A verde e branca se mostrou impecável nos detalhes de fantasias e alegorias, tornando realidade porque foi considerada como uma das favoritas. O desfile marcou também a volta de Preto Jóia à Sapucaí. A falta de comunicação com o público talvez tenha tirado o "brilho" de campeã da escola, que no entanto, briga pelas primeiras colocações e pode surpreender.


Estácio de Sá - Desde o ano passado, a escola persegue o título que lhe credencie o retorno ao Grupo Especial. E apostando em um enredo genuinamente carioca - sobre os 450 ambos do Rio - a agremiação parece ter tirado da 'manga' a 'carta' que possibilite a realização do sonho. A vermelha e branca pensou nos mínimos detalhes o desfile, com alegorias e fantasias de altíssimo nível. O carro de som, que já tinha o veterano Dominguinhos, foi reforçado por Leandro Sapucaí. Briga mais uma vez pelo título.

NA CADÊNCIA NA SAPUCAÍ

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